quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Transpir(à)ção"

Quero um canto verdadeiro, não esses gritos, falsos agúdos.
Desprezo a sua proteção, rezas e mandingas poucas, meu pescoço transpira orixás.
Búzios, pedras, cristais, tudo pirataria de gente descrente, eu creio na boa vontade dos homens e mulheres de bem.
E enquanto perceber um sorriso sincero continuarei bem, sabendo que o tombo pode ser também meu fiel escudeiro.
Não tenho medo dos calos, pois só eles saberão entender as rugas espirituais que tenho em mim.
Agradeço os beijos, abraços, falsos ou não, todo esforço merece uma dádiva.
Os anos nos ensinam a forçar os músculos faciais e aprender a crescer junto com o ponteiro.
Vejo menos quantidade e mais qualidade nos lírios ao meu redor. Abandono as igrejas, templos e altares, hoje prefiro ficar em casa.
E saborear o tanto que essa vidinha mansa é boa.
Nada de santas chorando sangue aqui, ou cegos enxergando impérios, não precisamos de milagres, sabemos viver.